sábado, 3 de outubro de 2009

SOFRIMENTO

Não há paz;
Não tenho paz;
Não vejo paz,
Nem sinto paz.

Lutei quando rapaz,
Julgando ser capaz
De possuir altivez
Pra trazer a paz.

Extinguiram-se amigos,
Sobreviveram inimigos.
Heróis só na estátua,
Familiares na lembrança.

Gritos de júbilo,
Pairando na imaginação.
Choros sem melodia
Eram de dor e contrição.

Correram rios de sangue;
No azul via-se importância.
Mas, gente minha toda ela foi
Gente de pouca importância,

Porque se lhes levou a vida
Ante tal via atrevida,
Cuja umidade em sangue
Avistamos sem imunidade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SALVE! MATER MEA

Salve! Mater mea, Mariana.
Salve! Mariana, minha mãe.

Este nome
Que tu tens:
MA-RI-A-NA!,

Onde há um,
Um M de mãe,
De mãe que ama seu bebé;
De mãe que tem saudade,
Saudade recheada,
Recheada de sinceridade...

Onde há um primeiro,
Primeiro A de amor,
Amor que brota odor,
Odor de humano calor,
Calor de casto frescor...

Onde há um,
Um R de rainha,
De rainha do Rangel;
De rainha lá da banda;
De rainha tal Kianda...

Onde há um,
Um I de inteligência,
Amiga da idealidade,
Que jaz em toda idade,
Como nas mamãs do Dande...

Onde há um segundo,
Segundo A de amante,
De amante do amanhã,
Do amanhã visto presente,
Presente em bué de mentes...

Onde há um,
Um N de navio,
De navio amigo do porto;
De ninho bem ‘squentado;
De não que dá conforto,
Deixando-me bem disposto...

Onde há um final,
Final A de amizade,
Amizade de verdade,
Que morrer faz de saudade,
Saudade que me devora...
Não é mentira... É sinceridade...

Oh, Mariana,
Oh, minha mãe,
Este nome
Que tu tens
E o ser também
Que deténs

É razão da minha lida;
É causa do meu lutar;
É razão da minha vida!



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ANGOLA INESQUECÍVEL

ANGOLA inesquecível, mãe do meu coração,
Nunca pense que és Mãe-Pátria esquecida...!!!

Galáxia és da minha puerilidade não perdida,
Onde brincar nos musseques trazia-me emoção.

Lá assisti nossos carnavais ricos de cor e ‘moção.
Aiué! Nha suculenta Pátria, dê-me só teu perdão.

E espera-me, pois almejo ver-te logo, confesso!
Uaué! Já me dá ânsia de ver teu nobre progresso.

Tenho recebido recados de rapazes: “não parou...”,
E que tens trilhado caminhos fortes e promissores.

ANGOLA, eu vou regressar, não me esqueci de ti;
Muitas alegrias desejo dar-te e contigo conviver,
O que animou minha infância e que faz parte de ti!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

EU VOU CONTIGO

Cansei-me de esperar por tal amor;
Raras vezes trataste-me como flor;
Isso é sinónimo que não valho nada,
Só desamores recebo e mais nada.
Tó tentando te esquecer, confesso!
Ontem, fiz as malas, tó de regresso.

É... Não me peça, não! Ficar? Jamais!

Pra aquele lugar tranquilo me vou
E lá permanecerei; lá chove d’amor,
Respeito, canções de variado sabor.
Disso não resta dúvida, lá há Amor.
Ãinda te garanto a ti que ficas por cá,
O amor de cá não é tal com’ o de lá.

“É... Cidade, alarido... Meditar, nada!”

Grandes são os que meditar amam;
Rios do Amor terão... O conhecerão...
Amarão mais... Terão mais coração,
Çonsciência disso a maioria detém.
Ah, não serei mais um, eu vou contigo!”

sábado, 25 de julho de 2009

AS MULHERES DO RANGEL

As mulheres do Rangel
São podres de formosura;
São lindas, não há censura;
São musas, nada incrível!

São mulheres fulgentes
De olhos, diamantes;
Corações, mulembas[1];
Casamentos, palmeiras...

São amores liricais
De carinho, acácia;
De atenção, Palanca[2];
De indultos clericais...

Aiué! Mulher do meu Rangel,
És dama singular, és internacional!



[1] Grandes figueiras angolanas, que são, consuetudinariamente, plantadas nos quintais, onde, aos fins de semana, as famílias têm o costume de se deleitar após ao almoço.
[2] Palanca Negra: antílope elegante, somente existente em Angola, e que serve como cognome da seleção nacional de futebol.